21 de abril de 2018

"A SAÚDE DE NOSSO ILUSTRE EX-GOVERNADOR PELO JEITO ESTÁ ÓTIMA"

A dívida de Santa Catarina com setores da saúde chega a R$ 1 bilhão. Isso é fruto do segundo mandato do ex--governador, que se licenciou para concorrer ao Senado, Raimundo Colombo. Não citarei outros débitos com questões prioritárias. 

Por outro lado, só para efeitos de comparação, investiu R$ 262, 9 milhões na reforma da Ponte Hercílio Luz. Este valor, somado ao que já foi investido desde 1982, chega a quase R$ 600 milhões. Sem contar que a obra terá pouca - para não dizer nenhuma - utilidade após a conclusão. 

Ainda bem que caiu fora para tentar uma vaga no Congresso. Com isso, Pinho Moreira, bem mais coerente, na minha avaliação,  conseguirá não deixar a coisa ficar ainda pior. Prova disso foram os inúmeros cortes desnecessários que já fez. 

Santa Catarina sempre figurou entre os melhores Estados do Brasil, em todos os setores. Infelizmente, com a desastrosa administração de Colombo, em sua segunda gestão, dificilmente quem assumir a Casa d'Agronômica nesta eleição conseguirá  manter nossa, até então, invejável situação. 

E nem vou comentar das negociatas, aliando-se com partidos que eram oposicionistas, pois isso na política é normal. 

Mas, quem sabe, eu esteja errado e, ao invés de fazer esses tipos de comentários, deveria escrever receitas de bolo. 

O ‘POBREMA’ QUE SE TORNOU UM ‘POBREMÃO’

O caso aconteceu em meados de 2013. Num churrasco. Aparece um dos convidados, boa gente e tudo, e diz: ‘Cheguei só agora por que estou com um ‘POBREMA’.

Eu, sempre eu, ou meu ‘obsessor’, que estava meio irritado, de forma impulsiva, disse na hora: acho que você não tem apenas um problema não.

Todo mundo se tocou que comentei por ele ter falado de forma errada e caiu na gargalhada. Menos o sujeito.  

Reconheço que falhei, mas o cara se invocou de maneira desproporcional. Desculpei-me na hora, mesmo assim  quis brigar, fez um circo, virou as costas e foi embora.

Uma semana depois o procurei e, novamente, pedi desculpas, mas senti que o cara ainda estava magoado. Pensei: daqui uns dias nem vai mais lembrar.

Acreditem ou não, mesmo tanto tempo depois, ele não me cumprimenta, mas, pelo que sei, agora diz problema. Segue amigo dos outros que estavam por lá. De mim, quando surge oportunidade, só fala mal.

Conclui que rancor tem limite, mas, principalmente, que a verdade dói e quem a diz está ajudando e não prejudicando. Mesmo assim, a grande maioria não admite.


ANOS DEPOIS E O ‘POBREMA’ SE REPETE

Ontem, após a aula, participei de um churrasco. Dos convidados só foram os que cursam Direito. Com tanto assunto para conversar, depois de uma semana de aula, só falavam sobre as disciplinas.

O mais novato, deve estar no segundo semestre, que o conheço  por causa de sua irmã, durante o diálogo comentou “estância”. Fiquei calado. 

Quando repetiu pela terceira vez, eu, novamente eu, o alertei que o correto é instância. Fiz de maneira discreta e com a intenção de ajudá-lo, até por se tratar de um principiante.

Adivinha? Ficou emburradinho, próprio da idade, e não ficou nem para jantar.

Mas faço qualquer tipo de  aposta que hoje está falando corretamente. 

Na verdade, quanto a perder a amizade dele não me importo. Mas tinha um apreço pela sua irmã mais velha que, agora a pouco, ao passar por mim no supermercado, não correspondeu ao meu simpático oi.

'NAS ENTRELINHAS'

"Quem não dispõe de CORAGEM cívica e de energia MORAL não deve ingressar nos quadros da ADVOCACIA", escreveu Sobral Pinto, gigante da advocacia brasileira, em carta escrita, em janeiro de 1937, à sua irmã. 

Na ocasião, mostrava a ela os motivos de ter aceito defender Luiz Carlos Prestes, embora discordando das ideias do líder comunista, "erradas e funestas, é verdade, mas adotadas e seguidas com  RARA SINCERIDADE". 

Em outro momento da correspondência, Sobral oferece à irmã uma narrativa diversa da que lhe vem sendo mostrada sobre a figura de Prestes: "depois minha irmã, se você se mostra tão hostil a este homem, cujo patrocínio, gratuito, foi agora confiado à minha modesta capacidade, é por que os jornais estabeleceram em torno dos seus propósitos uma campanha sistemática de desmoralização".

O DEVER contra-majoritário da advocacia é colocado em evidência por Sobral, representando pela CORAGEM cívica em defender direitos e garantias fundamentais meio a uma atmosfera onde os que se prestam a tarefa desta natureza costumam ser PERSEGUIDOS  e hostilizados nos moldes da criminalização desonesta que, DESDE SEMPRE, vemos em relação à defesa dos DIREITOS HUMANOS. 

Ainda em janeiro de 1937, Sobral escreveu para Targino Ribeiro, então presidente da OAB, ocasião em que afirmou: "quaisquer que sejam as minhas divergências, do comunismo materialista - e elas são profundas -, não me esquecerei, nesta delicada investidura que o Conselho da Ordem me impõe, que simbolizo, em face da COLETIVIDADE brasileira exaltada e alarmada, A DEFESA".

Gustavo Henrique Freire Barbosa. 

COISAS DO LENIO STRECK

"A prova ilícita é para mim e para meus inimigos. Quem não vê isso não é jurista, é torcedor". 

*A propósito: neste final de semana vou ler - já devia ter lido - 'O Que É Isto - Decido Conforme Minha Consciência?'.  

Será a quarta obra literária que leio de sua autoria. As outras foram as clássicas 'Jurisdição Constitucional e Decisão Jurídica'; 'Verdade e Consenso' e 'Hermenêutica Jurídica e(m) Crise'.  


FINALMENTE