“Eu tenho saudade do
que não vivi. Tenho saudade de lugares aonde não fui e de pessoas que não
conheci. Tenho saudade de uma época que não vivenciei. Lembranças de um tempo
que, mesmo sem fazer parte do meu passado, marcou presença e deixou legado. Esse tempo, quando a palavra valia mais
do que um contrato, quando a decência era reconhecida pelo olhar, quando as
pessoas não tinham vergonha da honestidade, quando a Justiça cega não se vendia
nem esmolava, onde rir não era apenas um direito do rei...Ah, esse tempo
existiu, eu sei. Tempo de caráter, lealdade, escrúpulos. Tempos de verdade,
amizade, respeito ao próximo. Amor ao próximo. Tenho saudade do tempo que a
Justiça era respeitada porque era acreditada. Acima de tudo. Autoridade máxima
do dever. Zeladora dos direitos. Sem vergonha de ser o que é, de apontar o que
fosse o justo, o correto, o verdadeiro”.
*Rui
Barbosa.