2 de maio de 2010

MÚSICA E CASAMENTO

A música ‘1979 – Smaching Pumpkins’ nem tinha terminado e eu já estava pedindo para que o garçom a colocasse novamente. “Mas é a quinta vez”, reclamou o jovem vestido caracteristicamente de calça preta e camisa branca.
Na verdade isso já estava virando rotina. Toda noite, por volta das 19h, eu e o seu Favari nos encontrávamos no bar do hotel. Foi em maio de 1996, lá pelos meus 23 anos de idade, em Chapecó, quando trabalhava na RBS TV. E sempre era o mesmo ritual: eu levava o CD e pedia para o garçom colocar o meu som preferido na época. Naquele horário só eu e o Fava, um advogado aposentado bem sucedido, freqüentávamos o local. Devia ser por isso que quase sempre era atendido. Pelo menos até às 20h30 quando o movimento efetivamente começava.
Certa vez o advogado de outrora me disse para não me entusiasmar com aquela canção americana como ele a definia. Afirmava - como de fato ocorreu - que eu iria enjoar. Retruquei. Afirmei que jamais deixaria de curtir aquela música. Favari, então, com a sabedoria que só os acima dos 60 anos detém, sorriu e falou: “Engana-se meu jovem repórter”.
O senhor de cabelos grisalhos comparou minha voracidade em ouvir repetidamente aquela música com o casamento. Antes que abrisse minha boca, que naquele momento saboreava um longo gole de uísque 12 anos, ele disse: “No começo é assim. Não muito tempo depois vem a rotina e, com ela, meu aprendiz de jornalista, o cansaço e a apatia”.
Fingi não entender. Ele, então, explicou-me que o casamento não difere muito de uma canção de sucesso que, no começo, é executada várias vezes ao dia, porém, com o passar do tempo, sequer é selecionada pra a programação da madrugada quando são poucos os ouvintes. “O tempo, quase sempre, transforma o entusiasmo em tédio”, filosofou o divorciado de três mulheres.
Então, indaguei: “E o que dizer daqueles grandes sucessos que depois de muito tempo reaparecem e sempre agradam?”, Esses, disse ele, são como as ex-esposas. Foi bom enquanto durou. Só que não deu mais certo, mas depois de um tempo, somente por alguns momentos, sem compromisso, nos fazem bem. Naquele momento tocou o celular dele que apenas disse quase que sussurrando: “No mesmo lugar, no horário de sempre”. Era uma de suas ex-mulheres. A segunda para ser mais exato. E ela não queria discutir pensão...

QUANTO VALE UMA VIDA?

Latrocínio é a hipótese mais provável que tenha ocorrido naquele caso do bairro Santa Rita. Quatro suspeitos foram presos. O que morreu trabalhava como pedreiro na construção da creche da localidade e tinha feito um acerto financeiro. Os assassinos teriam o matado para ficar com o dinheiro. Eram ‘amigos’ da vítima.
Se realmente forem comprovadas as suspeitas, tenho a dizer que isso é coisa de gentalha. Pessoas sem noção. Tirar uma vida para repartir alguns trocados. Pior: possivelmente, pelo que comentam, para comprar drogas. Aliás, para fazer essa barbaridade deviam estar, muito provavelmente, sobre o efeito de entorpecentes.

MOTIVOS OCULTOS

É claro que por uma questão de ‘política de boa vizinhança’ ninguém nunca admitirá publicamente, mas as relações do ex-delegado geral da Polícia Civil do Estado, Maurício Eskudlark, e do, agora, ex-delegado regional, José Stang, nunca foram das melhores.

DE VOLTA

O empresário e boa gente, Juliano Romancini, está de volta a São Miguel. Em entrevista à Rádio Peperi, nota-se que está bem. É claro que ainda precisarão sessões de fisioterapia para a recuperação ficar completa. Mas o importante é que não ficarão seqüelas.
Romancini ficou dois meses internado no Hospital Mãe de Deus, em Porto Alegre, depois de sofrer um grave acidente praticando canionismo. Ele ficou aproximadamente 18 horas até ser resgatado.

BOM TRABALHO

A Polícia Civil de São Miguel prendeu quatro pessoas suspeitas de tráfico de drogas. Foram três meses de investigações. De acordo com o delegado, Ricardo Casagrande, os nomes não foram divulgados para não atrapalhar as investigações, pois existe a possibilidade do envolvimento de outras pessoas.
O delegado informa, ainda, que é bem provável que eles pertençam a um grupo responsável pela entrada de 20 quilos de drogas por semana na cidade.
Se realmente for comprovada a participação dos suspeitos, desejo, unicamente, que nesta vida seja feita a justiça dos homens e, na próxima, que seus filhos sejam dependentes químicos.
E, para fechar, acho que as penas para os traficantes no ‘país penta campeão do mundo’ são brandas. Mas, pensando bem, não dá para esperar muita coisa de um lugar onde o sistema penitenciário está sucateado e, nos grandes centros, não se sabe quem é polícia e quem é ladrão.

E AGORA?

O julgamento precipitado é um erro. Analisem aquele caso do assassinato de José Wickert, acontecido em Bandeirante, em março de 2008.
Um dos acusados, o agricultor Florenço Canodá, foi absolvido. O próprio Ministério Público pediu a absolvição. O julgamento foi sexta-feira passada. Foi provada sua total inocência. Só que ele chegou a ficar preso como suspeito. Alguns precipitados até, quem sabe, o chamaram de assassino. Seus familiares, talvez, tenham sofrido humilhações. E o sujeito era inocente. E mais: era muito amigo da vítima.
Pois é, agora ele está livre. Menos mal. Mas e o passado? Muitos poderão dizer que ‘já passou’. Sim, é verdade. Mas as marcadas ficarão para sempre.
Não estou sugerindo nada. Apenas que se pense bem antes de atirar a primeira pedra. E também que se avaliem todas as possibilidades de uma pessoa ter realmente participado de um delito antes de simplesmente mandar prendê-la.
E para fechar lembro Marquês de Maricá: Para bem julgar não basta sempre ver, é necessário olhar; nem basta ouvir, é conveniente escutar.

URUCUBACA

O ex-prefeito de Princesa, Inácio Theisen, está internado em Joaçaba. Ele sofreu um enfarte no final de semana. Nos próximos dias ele deve ser transferido a um hospital de Blumenau especializado em doenças cardíacas.
Vale lembrar que Theisen ainda continua em tratamento por causa do grave acidente automobilístico que se envolveu no ano passado.

‘FLERTES’

Nos bastidores da política de São Miguel comentam que o PT estaria flertando com o PDT. É de se esperar, então, que se o DEM realmente sair do governo se aproxime do PP.
Por enquanto tudo não passa de especulações. A coisa, em nível municipal, visando o pleito de 2012, começará a ser definida, obviamente, depois da eleição deste ano. Questão de estratégia.

PUXA-SAQUISMO

Bajulação em demasia não fica bem. Em alguns casos é até deprimente. Nem o bajulado gosta.
Aliás, Shopenhauer, ainda no século XIX, já dizia: ‘Se um cão não suporta ser tratado com excessiva bondade, imagine o ser humano’.

ROUBOU A CENA

E parece que quem atraiu muitos olhares no concurso Miss São Miguel, realizado sábado, foi a ex-detentora do título, conquistado em 1984, Elza Maziero.
Os anos se passaram, mesmo assim a hoje psicóloga continua esbanjando simpatia e beleza.

BAITA SOM I

Dias atrás o comunicador da Top 104 FM, Flávio Roberto, ‘desenterrou’ uma música que tem uma letra incrível e que fazia tempo que não ouvia: Crescendo II - A Missão (Santa Inocência) com Ultraje a Rigor.
A canção também menciona o caso ocorrido com o vocalista da banda, Roger Rocha Moreira, em meados de 1987, em Chapecó, quando foi acusado pela mãe de uma adolescente de ter a estuprado.

BAITA SOM II

Lembro que na época saiu um ônibus de São Miguel, com quase 50 pessoas, para conferir a apresentação do grupo que recém tinha lançado o segundo disco e fazia sucesso com Pelado (tema de abertura da novela Brega e Chique) e Sexo. Depois vieram Terceiro (um dos meus sons preferidos); A Festa e Prisioneiro.
O terceiro disco da banda, lançado em 1989, no qual na música Crescendo II Roger solta o verbo contra a mulher de Chapecó, o sucesso inicial foi Filha da P., seguida por Volta Comigo e Bundão, além da própria Crescendo II.