26 de agosto de 2014

MÚSICA E CASAMENTO

A música '1979' – Smaching Pumpkins’ nem tinha terminado e eu já estava pedindo para que o garçom a colocasse novamente. “Mas é a quinta vez”, reclamou o jovem vestido caracteristicamente de calça preta e camisa branca.

Na verdade isso já estava virando rotina. Toda noite, por volta das 19h, eu e o seu Favari nos encontrávamos no bar do hotel. Foi em maio de 1996, lá pelos meus 23 anos de idade, em Chapecó, quando era repórter da RBS TV. E sempre era o mesmo ritual: eu levava o CD e pedia para o garçom colocar o meu som preferido na época. Naquele horário só eu e o Fava, um advogado aposentado bem sucedido, frequentávamos o local. Devia ser por isso que quase sempre era atendido. Pelo menos até às 20h30 quando o movimento efetivamente começava.

Certa vez o advogado de outrora me disse para não me entusiasmar com aquela canção americana como ele a definia. Afirmava - como de fato ocorreu - que eu iria enjoar. Retruquei. Afirmei que jamais deixaria de curtir aquela música. Favari, então, com a sabedoria que só os acima dos 50 anos detém, sorriu e falou: “Engana-se meu jovem repórter”.

O senhor de cabelos grisalhos comparou minha voracidade em ouvir repetidamente aquela música com o casamento. Antes que abrisse minha boca, que naquele momento saboreava um longo gole de uísque 12 anos, disse-me: “No começo é assim. Não muito tempo depois vem a rotina e, com ela, o cansaço e a apatia”.

Fingi não entender. Ele, então, explicou-me que o casamento não difere muito de uma canção de sucesso que, no começo, é executada várias vezes ao dia, porém, com o passar do tempo, sequer é selecionada na programação da madrugada - quando são poucos os ouvintes - . “O tempo, quase sempre, transforma o entusiasmo em tédio”, filosofou o divorciado de três mulheres.

Então, indaguei: “E o que dizer daqueles grandes sucessos que depois de muito tempo reaparecem e sempre agradam?”, Esses, disse ele, são como as ex-esposas. Foi bom enquanto durou. Só que não deu mais certo, mas depois de um tempo, somente por alguns momentos, sem compromisso, nos fazem bem. Naquele momento tocou o aparelho celular dele que apenas disse (quase que sussurrando): “No mesmo lugar, no horário de sempre”. Era uma de suas ex-mulheres. A segunda para ser mais exato. E ela não queria discutir pensão...

BELA

Um brinde à beleza da arquiteta e urbanista Lucia Helena

POUCO SONO; MAIS CALORIAS

Um estudo do American Journal of Clinical Nutrition revela que dormir pouco pode levar ao consumo excessivo de alimentos ricos em gorduras.Num teste de cinco dias, voluntários dormiram só quatro horas, em vez das habituais nove. Resultado: consumiram quase 300 calorias a mais por dia.Sono de menos pode aumentar o apetite porque causa confusão no centro de recompensa do cérebro. 

HOSPITAIS 'QUEBRADOS'

É claro que não podemos generalizar, mas se muitos hospitais estão ‘quebrados’ a culpa são dos médicos que ocupam a estrutura, ganham muito bem do paciente e sequer agradecem a direção do hospital que oferece todo material, medicação, alimentação e cuidados necessários.


Bacana seria se o bom-senso prevalecesse e os ‘doutores’ repassassem à instituição - quando a ocupam - uma porcentagem dos seus ganhos, espacialmente quando os valores recebidos são ‘generosos’.