*Ninguém fica
burro demais só por que viu TV. As flores do mal são cogumelos de 'néon glacê'.
A juventude tem um tempo certo pra se corromper. ‘O anarquismo é o anjo da
guarda de todo prazer’.
E tome zine,
zine, zine, zine, zine em papel de xerox. O futuro é preto e branco e todo
branco o preto pode ter. Vem do fanzine, novo papo, nova onda, novo ABC.
A camisinha
antiaids fez a deusa Vênus virar punk. O cantor de yê-yê-yê comportado é um
cafajeste funk. Chegou a hora de o alimento ser todo natural. Os vermes da
terra apreciam um corpo legal.
No país da
Xuxa os vampiros usam fio dental. ‘A ditadura justifica o bem, praticando o mal’. Um dia as palavras não vão mais deslizar pela boca. A utopia vai ser a loucura
de um guru-porra-loca.
'Desejo quando
não se arrisca é provocação'. Liberdade faz gato e sapato da proibição. A beleza
dá a volta ao mundo e a 'chuva' cai. Meu amor cabe em três versos de um
‘hai-kai’.
*Letra da
música Fanzine – Hanoi Hanoi (1988).