Nelson
Rodrigues, em uma de suas célebres frases, afirmou que ‘toda mulher gosta de apanhar’.
De fato. Antes da Lei Maria da Penha, por exemplo, a esposa - agredida pelo
marido - acionava a Polícia. Quando os policiais chegavam para levar o ‘machão’
à delegacia, a mulher, comovida por meia dúzia de palavras de arrependimento do
esposo, não permitia que o levassem.
5 de agosto de 2013
ACHO QUE CONCORDO COM NELSON RODRIGUES II
Conversando
com PMs já ouvi relatos incríveis. Ao ponto de a mulher, mesmo lesionada pelos
socos e tapas recém-recebidos do marido, chegar a agredir verbalmente - e até
fisicamente - os policiais, impedindo-os de prender o esposo/agressor. O
incrível, em vários casos, era a repetição do ‘teatro’.
ACHO QUE CONCORDO COM NELSON RODRIGUES III
Conforme os relatos dos policiais, na
grande maioria das ocorrências a culpa era do marido que, geralmente embriagado,
‘perdia a razão’.
Nesses casos passados não sinto pena das
mulheres, mas, sim, da Polícia que, com tantos problemas, tinha que perder
tempo com essas baixarias. Hoje, com a Lei Maria da Penha, a prisão independe
do registro do Boletim de Ocorrência da agredida.
No entanto, não sejamos ingênuos ao
pensar que as covardes surras cessaram. Talvez, diminuíram. O que, quem sabe, mudou é que a PM não é mais tão
acionada. Principalmente quando envolve gente da “high society” (neste
‘particular’, salienta-se, isso sempre ocorreu. Antes mesmo da lei entrar em
vigor).
E não sejamos mais ingênuos ainda, de
imaginar que estes episódios são raros entre casais da alta-sociedade. Se não
fosse a ‘vergonha da exposição’, até acho que o percentual entre favelados e
endinheirados seja semelhante.
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