27 de abril de 2012

SORRIA I

        Sou um nada. Admito. Porém existo. E mesmo reconhecendo minha insignificância não consigo, apesar de ter consultado vários psiquiatras, psicólogos e psicanalistas de deixar de gostar daquela música super brega, dos anos 1970, do Evaldo Braga, intitulada ‘Sorria, Sorria’.
         Na verdade a questão é intrigante. Só sinto obsessão em ouvi-la quando observo lambe-botas  de desonestos. Ou quando chegam aos meus ouvidos histórias hilárias e verídicas de abastados que desconhecem a honestidade. Mas alguns se superam: esquecem, também, a educação.  Suas atitudes e posturas fazem com que sejamos debochados. Os ‘varzeanos’ que querem ser ingleses...



SORRIA II

          Num lugar onde a vontade de alguns em aparecer e de mostrar o que têm é tão voraz ao ponto de envergonhar o ridículo, a música do Evaldo Braga soa bem. É animada. Diverte. Talvez, mesmo sem querer, o outrora grande músico deixou mensagens irônicas nas ‘entrelinhas’ da letra. Às vezes chego a questionar se não seria um enigma que não consegui desmistificá-lo.   
          Devo confessar, porém, que detesto escutá-la quando percebo gente batalhadora que tem uma vida confortável graças ao trabalho honesto.  Pessoas educadas que desmancham o algoz com gentileza e não com ofensas. Inteligentes que aprenderam que a sutileza do constrangimento desarma muito mais que estilos grosseiros ou prepotentes.   
         Poderia citar outros exemplos, mas sou limitado e imperceptível e, na minha mais absoluta e reconhecida insignificância, lembro-me de Paul Valéry: "Elegância é a arte de não se fazer notar, aliada ao cuidado sutil de se deixar distinguir". Gosto de comparar a frase do poeta francês com a letra da música do Evaldo Braga quando meus pensamentos são invadidos por ações protagonizadas por migueloestinos e migués.    

POLÍTICA E POLENTA

        Comentam que um empresário honrado, idôneo e, acima de tudo, um exemplo de honestidade, estaria comandando uma grande frente de oposição. Dizem que as reuniões acontecem na chácara dele. Falam, também, que após os debates é servido o jantar que é sempre à base de ‘milho’.

O QUE VALE É O DINHEIRO

          O sujeito pode ter roubado, logrado, mentido, cometido infrações e sacanagens (das mais sujas possíveis). No entanto, se mesmo assim a conta bancária dele continuar ‘atraente’ ele sempre terá moral.
           O dinheiro, independente da forma como foi conseguido, manda, sempre mandou e mandará. Eles, os salafrários abastados ilicitamente, têm admiradores (lambe-botas). Os honestos não. Triste realidade. "Realidade, esta, que graças a Deus não ocorre na nossa correta cidade".