28 de outubro de 2017

NEM GRATIDÃO NEM EDUCAÇÃO

Participei da Assembleia Ordinária da Associação Beneficente Hospitalar Guarujá do Sul que, pasmem, era sobre a prestação de contas de 2016. Não compreendi muito bem, mas deixa pra lá.

Outro assunto foi sobre a saída involuntária do médico mais antigo do município – e o segundo da região – do hospital. Ele, educadamente, apenas disse e explicou que, ao contrário do que muitos pensam, não foi sua a decisão de sair, mas, sim, da atual diretoria.

Posso estar enganado, mas as explicações dos que fazem parte da direção que estavam lá não foram convincentes. Pelo menos para mim. Mas o que classifico de falta de respeito foram alguns, num ato de total deselegância, saírem antes do término da reunião.

Durante os debates também fiquei sabendo de outras situações, no mínimo, suspeitas. Exemplo: as duas filhas do médico seguiram a profissão do pai, mas, pelo que entendi, até chegaram a trabalhar no hospital, porém  o contrato teria sido rompido, supostamente, sem uma justificativa razoável. Atualmente, uma trabalha no vizinho município de Dionísio Cerqueira. A outra em Porto Alegre.

O médico se formou em 1979, na UFRGS. Tinha propostas para seguir a profissão na capital gaúcha ou em outros lugares que seriam muito mais renteáveis financeira e profissionalmente. Optou, no entanto, em retornar a Guarujá do Sul para ajudar a população, pois não havia médico na cidade. Aliás, de 1980 até 2015, apenas ele e outro colega exerceram a nobre profissão no município.

Outro situação mal explicada foi quando, anos atrás, ele deixou a instituição durante dois meses para se aperfeiçoar num curso. No espaço que ficou ausente, supostamente, tentaram colocar outro profissional em seu lugar.   

O referido médico tem uma vida financeira confortável. Não é questão de dinheiro. É que durante sua vida ele passou mais tempo no hospital do que com a família. Lá era sua casa.

Ele me concedeu entrevista – que será divulgada, em forma de reportagem, em momento oportuno. Enquanto falava, os olhos umedeciam. Várias vezes se engasgou.

Agora que o episódio se tornou oficialmente público tenho a convicção que não levará tempo para a direção da instituição reavaliar o que considero de precipitada decisão.


Torcemos para que tudo acabe bem e volte a ser como era. E sem mágoas. Ele não merece passar por tamanha ingratidão. Nem a população que o quer muito bem, até por que já se acostumou com o atendimento, atenção e dedicação dele no hospital. Desde 1980. 

Faltou dizer: comentam que, supostamente, a gestora da instituição não teria formação adequada para gerir o hospital, nem empatia. Os comentários são de que ela, supostamente, "manipula" o presidente e vice, além do tesoureiro que, supostamente, teriam sido os responsáveis pela saída do médico. Não estou afirmando, mas foram os comentários que ouvi.