Comprou uma camisa falsificada de uma
grife famosa. Não reparou tratar-se de réplica. Nem que o pequeno jacaré é
sinônimo de status. Adquiriu pela cor: vermelho. Leu, numa revista velha, que
as mulheres “gostam do rubro”.
Aproveitou para adquirir um lenço. Não
para usar em dias que o resfriado o visitar. Seu uso é para secar o suor.
Principalmente do cansaço quando sobe o morro para “aliviar a tensão” e “rir sem motivo”.
Saiu do nada. Não tem nada. Seguidamente, num rio sujo, nada. E morre. Lentamente. Sem
querer. Sem perceber. Sem saber.
Oscila no apreço à menina aflita pelo
seu amor que ele não conhece. Não sente. Desconhece o que é amar. Nunca viu de perto mar.
O dinheiro é escasso. Prefere andar
descalço. Já se habituou. Algumas vezes a cela, escura e úmida, habitou . Até
gostou. Lá se alimentou.
Acredita que do pó viemos. E que voltaremos ao pó. Por isso gosta do "pó". Quando consegue quer ficar só. Para
aproveitar tudo sem dó. Sente-se magistral. Esquece-se do marginal.
A decepção é
a depressão. Nada entende ou leu sofre "efeitos colaterais". Prefere admirar pardais.
Também bebe cachaça. Rechaça o gole de graça. Furta pra pagar. Imposto?
Exportação? Importação? Economia? Nada tem a declarar. Nem quer estudar.
Não anda ligeiro. Vasculha o lixeiro.
Chama o bicheiro. O banheiro coletivo. Sem dignidade. Sem vontade. Sem
hombridade.