"Talvez brigar e vingar ofensas reais ou pretensas seja o espaço que sobre ao fracassado. Berro para que minha voz oculte minha impotência real a minha insignificância pessoal".
As palavras acima são do homem mais inteligente, sensato, coerente, viajado - LEIA DE NOVO PARA NÃO CONFUNDIR -, e erudito careca do país.
Sim, ele mesmo: Leandro Karnal.
Esbanjando sua habitual mordacidade de manicure ressentida - via de regra direcionada apenas para quem está à direita - , o Deus das 'obviedades enviesadas' alertou para o baixo nível das discussões virtuais, reduzidas, segundo ele, ao desejo infantil e doentio de mitar.
Eu entendo o Karnal. E você, antes de criticá-lo ferozmente, também precisa tentar compreendê-lo.
Ele é de um tempo em que era necessário prestar concurso público para ser professor da USP e da UNICAMP, ser aprovado, tomar posse e ganhar turmas - e mais turmas - de jovens classe média-alta, para só então colocar em prática mitagens lacrações e deboches.
Sem contar que, em seus anos acadêmicos de ouro, os únicos alvos possíveis eram aqueles que tinham sotaque conservador.
Deve ser muito difícil para o pobre homem se adequar aos novos tempos, cada vez mais carentes de altares para Foucault e com pouquíssimas velas - de sete dias - acessas para Deleuze.