29 de setembro de 2013

E PRA FECHAR MAIS UM FIM DE SEMANA

Amigo punk escute este meu desabafo, que a esta altura da manhã já não importa o nosso bafo: Pega a chinoca, monta no cavalo e desbrava esta coxilha. Atravessa a Osvaldo Aranha e entra no Parque Farroupilha. Amanhecia e tu chegavas em casa com asa. A tua mãe dá bom dia e se prepara pra marcar o gado com o ferro em brasa. E não importa se não tem ‘lata de cola’, eu quero agora é sestear nos meus pelegos com meu cavalo galopando campo afora. O meu destino é Woodstock, mas eu chego aonde eu ouço a voz da acordeona. Já escuto o gaiteiro puxando o fole. Vai animando a gauderiada no bolicho, enquanto eu sigo detonando o ‘harcore’.

*Letra de ‘Amigo Punk’ – Graforréia Xilarmônica. 

TEMOS QUE ACEITAR I

Não é só em São Miguel. É em todo lugar. Refiro-me ao estilo musical que atrai mais público na atualidade. Chega a doer ao verificar um ambiente lotado com uma dupla desafinada tocando essas canções ridículas de hoje e meia dúzia de gatos pingados quando há uma banda cover de pop/rock. Apesar de não me conformar, tenho de aceitar e respeitar.

TEMOS QUE ACEITAR II

Os apreciadores da boa música respeitam quem curte estas porcarias transvestidas de canções, porém a reciproca nem sempre é verdadeira. Não faz tempo, num bar, numa cidade gaúcha, a banda tocou na sequencia ‘Don´t You (Forget About Me)’ – Simple Mids; ‘Enjoy The Silence’ – Depeche Mode; ‘Psycho Killer’ – Talking Heads; ‘Cover My Eyes’ – Marillion e ‘Every Breath You Take'– The Police. Clássicas. Sons que jamais enjoarei de ouvi-los. 

Aí, entre uma música e outra, um babaca – que nem sei como o deixaram entrar – gritou com a fala arrastada: "Quando que vão parar de tocar essas músicas horríveis e cantar algo que preste? Toca aí Gustavo Lima e outras do gênero". O vocalista do grupo nada falou. A banda, simplesmente, parou de tocar.

Não tinha muita gente, mas todos olharam para o idiota que sentiu que foi extremamente infeliz. A vergonha e o medo conseguiram eliminar sua embriaguez. Tanto é que na hora levantou-se, se dirigiu rapidamente à porta de saída e disse ao dono do estabelecimento que pagaria a conta outro dia. 

NO PAÍS DOS SEUS ANTEPASSADOS

A migueloestina Mauren Lazarotto em frente à Catedral de Milão