31 de janeiro de 2018

CADA VEZ MAIS DISTANTE

E janeiro acabou. E sempre, neste mês, lembro de um dos meus maiores sonhos que, infelizmente, a cada ano se distancia: escrever um livro sobre o assassinato do advogado Paul Michel. Até já tentei, mas não logrei êxito. A principal testemunha morreu e ninguém quer falar sobre o caso, mesmo que já tenha prescrito. A própria família evita comentar sobre o assunto.

O crime ocorreu em janeiro de 1982, no final de uma tarde, no Clube Atlético Montese, em São Miguel, e até hoje não foi esclarecido. À época tinha nove anos.

É certo que foi encomendado. A questão é: quem foi (foram) o (os) mandante (mandantes)? Hoje ninguém mais fala do episódio, mas, por, pelo menos, cinco anos - após o ocorrido -, várias foram as especulações.

Em meados de 1987 comecei a trabalhar na Rádio Peperi AM e Top 104 FM, como sonoplasta. Mesmo sendo um ‘piá’, recordo que a primeira vez que pedi para conversar com o então diretor das emissoras, jornalista Ademar Baldissera, foi sobre o assassinato. Ele ficou surpreso. Na ocasião, conversamos brevemente, mas várias outras vezes dialogamos. Muitas suposições, porém nenhuma conclusão.         

Exímio advogado, Paul Michel tinha inúmeras inimizades. É que ele ‘abraçava a causa de verdade’. Comprava, de ‘unhas e dentes’, a briga do cliente - desde que convicto que ele era inocente ou prejudicado injustamente.

Dias antes de ser executado, recebeu várias ameaças de morte. Mas não se intimidou. Sou graduado em Jornalismo e acadêmico de Direito e, se um dia exercer a nobre profissão de advogado, é nele que vou me inspirar.  


NAS ENTRELINHAS

Queria ter a habilidade dos que tapearam todo mundo convencendo que darwinismo não é acaso.

EM BOMBINHAS


Dani Bonfantti

NELSON RODRIGUES JÁ DIZIA

"O brasileiro não está preparado para ser o maior do mundo em coisa nenhuma. Ser o maior do mundo em qualquer coisa, mesmo em cuspe à distância implica uma grave, pesada e sufocante responsabilidade".