15 de setembro de 2014

ACOMODADOS

“Não devemos aceitar uma opinião pelo simples fato de ter sido formulada por uma ‘autoridade’, do legislador, do juiz, do doutrinado ou do professor. Devemos usar a própria cabeça, pesquisar, refletir, questionar e avaliar”.

O conselho, extraído do livro Manual de Introdução ao Estudo do Direito, de Dimitri Dimoulis, é uma pérola. Uma dica preciosa que deveria nortear a vida de todos.  

A recomendação do autor da obra literária, porém, se transforma em utopia quando nos deparamos com um povo pacífico e sem vontade. Que reclama, mas nada faz.

Aliás, transforma os escândalos (leia-se roubalheiras e falcatruas) divulgados nos meios de comunicação em pauta para debater com os ‘amigos do copo’ na mesa do bar.

DUTRA 'FILOSOFANDO'...

Uns comemoram seis décadas de matrimônio (Bodas de Diamante). Outros morrem antes de chegar à metade dos 60 anos de idade. Mistérios. Religiões e ateus. Ciência. Vida: tão vibrante; tão desbotada. Certezas. Incertezas. Céu. Inferno. Reencarnação. Sono eterno.

Humberto Gessinger, na música ‘Curta-metragem’, dos Engenheiros,  diz: “A vida é uma viagem. Passagem só de ida. Há quem diga que não valha. Há quem mate pra viver”.

E aquele senhor sujo, descalço, fétido que, cambaleando, gritava: “Muitos, de tanto pensar de que forma vão viver, não vivem”.


Estava quase concordando com o andarilho quando, repentinamente, um pensamento de Schopenhauer lembrou-me que “querer é essencialmente sofrer e como viver é querer, toda a existência é, essencialmente, dolorosa”.