24 de dezembro de 2016

TURMA DO DUTRA (TDD) - sete anos -

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  Turma do Dutra   ʄ ¥ 
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QUARTOS DE HOTEL - postada em 18 de julho -

A primeira vez que vagamente me interessei por quartos de hotel foi quando ouvi, em 1992, a música ‘Quartos de Hotel’, dos Engenheiros do Hawaii, do disco Várias Variáveis, gravado no final de 1991.

Mas foi o livro Hotel, de Arthur Hailey, que me fez imaginar inúmeras situações que poderiam acontecer num hotel – em especial em seus quartos. Gostei tanto que li mais três do autor (Hospital, Remédio Amargo e Dinheiro). Recomendo os quatro. 

Os anos passaram e sempre, nas viagens a trabalho ou a passeio, observava detalhes, hóspedes, funcionários e não entendia o motivo desta ‘fascinação’. Descobri tempos depois: é que, na grande maioria das vezes, viajava com colegas de trabalho, familiares ou namoradas.

O prazer veio ao acaso quando decidi passar um feriadão em uma cidade que não conhecia ninguém. Estava só. Sem compromisso, nem horários. Livre! E com o passar dos anos o encanto aumentou. 

Aprecio analisar, conhecer e conversar com gente de outros lugares. Ouvir casos. Tudo fica gravado na imaginação. Depois, no retorno ao quarto de hotel, ouvindo músicas, escrevo um texto, sob minha interpretação. Não os publico. É uma espécie de hobby.

Faço o mesmo ao andar pela cidade escolhida. Visualizo tudo que estiver ao meu alcance. Flertei-o com moças – mesmo ciente que, muito provavelmente, jamais voltaremos a nos ver.  Imagino. Crio fantasias. Depois, de volta ao quarto, escrevo para mim mesmo.

À noite saio sempre sozinho. Às vezes volto com mulheres recém conhecidas (obras do acaso). Sem pretensões. As intenções se limitam a poucas – e bem aproveitáveis – horas a sós. De vez em quando rola um diálogo - sério, hilário, louco e, até mesmo, sem graça. 


Estar só num quarto do hotel, em outras cidades, representa uma sensação de plena liberdade. Sair e voltar quando e como se quer. Sem a necessidade de prestar explicação. Sem preocupação. Ou, para alguns, ‘sem noção’. 

"MORDI A LÍNGUA" - postada em 24 de setembro -

Naquele sábado à noite, em Florianópolis, saí sem pretensões. Fui ao Jonh Bull Pub, na Lagoa da Conceição. Queria apenas ouvir rock. Não lembro o nome da banda. Recordo que era de Curitiba. E os caras tocavam bem.

Fiquei no meu canto. Mas o som estava muito bom. Então comecei a circular pelo ambiente. O energético afastou o sono. A música me animou. Estava só. Não conhecia ninguém. Ninguém me conhecia.

A balada encerrava às 04h. Por volta das 02h45, sem querer, percebi à minha frente uma mulher atraente e bem vestida. A fragrância do seu perfume me contagiou. Encaramo-nos. 

Fiquei por lá e - até me impressionei comigo mesmo - comecei a observá-la indiscretamente. Calculei que ela fosse, no mínimo, cinco anos mais jovem do que eu.

É que sou ‘das antigas’. No meu entender, o homem sempre tem que ser mais idoso, mais alto e ter mais dinheiro do que a mulher que pretende se envolver. E foi aí que a indecisão bateu. Seu jeito demostrava que sua condição financeira era melhor do que a minha. Portava-se de maneira condizente com a fineza. 

Continuamos a nos olhar.  Não me contive e fui ao encontro dela. Trocamos algumas palavras e logo nos deslocamos a um lugar mais reservado.

Minha intuição estava certa. Quando me disse o que fazia ficou evidente que minha conta bancária é quilométrica inferior a sua.

Durante o agradável diálogo, perguntou minha idade. Respondi e, como de forma automática, quis saber a dela que, prontamente, atendeu minha solicitação. Fiquei boquiaberto e pedi que repetisse. Tinha quatro anos a mais do que eu. Ela percebeu meu rosto enrubescer. Quis saber o motivo. Nem lembro o que falei. E a dúvida me invadiu: seguir meus preceitos ou ceder à tentação.

Até tentei resistir, mas sua beleza e cultura venceram o meu conceito (preconceito?). Fomos embora. Detalhe: no carro dela, pois tinha ido de táxi.

Na volta a Chapecó, no final da noite de domingo e início da madrugada de segunda, no avião - e nas 'alturas' -, pensei em meus princípios e cheguei à conclusão que os tempos são outros e, consequentemente, terei que rever muitos deles. Em vários sentidos. Em muitas situações.