10 de janeiro de 2020

HÁ DEZ ANOS


Como o jornal não circulou na primeira semana do ano, comento agora sobre um episódio degradante que ocorreu no apagar das luzes de 2009.

Boris Casoy é um energúmeno. Nunca duvidei disso. Aquele seu ar de elefante doméstico a serviço do dono do circo nunca me enganou. Ganha uma montanha de dinheiro para ler letrinhas em movimento e vomitar clichês.

Ficou famoso por seu bordão, “isto é uma vergonha”, em que chamava de vergonha o que todo mundo sabia que era uma vergonha, mas passava por cima de outras vergonhas mais delicadas. Minha avó conseguia ser mais contundente.

Na virada do ano, Boris virou o fio e mostrou sua cara. No “Jornal da Band”, pensando que não estava no ar, comentou uma reportagem em que garis desejavam um feliz 2010 aos brasileiros. Casoy saiu-se com esta: “Que merda, dois lixeiros desejando felicidades... Do alto das suas vassouras... Dois lixeiros... O mais baixo da escala do trabalho”.

É o efeito Ricúpero. Falou, escapou. Lixeiros realizam uma tarefa indispensável. Por outro lado, dá para viver muito bem sem Boris Casoy. Nada como um bom vazamento de áudio para dar nome aos bois.

*Coluna Roger Brunetto, 10 de janeiro de 2010.