12 de julho de 2019

BAZAR BARATO I


Comprou uma camisa falsificada de uma grife famosa. Não reparou tratar-se de réplica. Nem que o pequeno jacaré é sinônimo de status. Adquiriu pela cor: vermelho. Leu, numa revista velha, que as mulheres “gostam do rubro”. 

Aproveitou para adquirir um lenço. Não para utilizá-lo em dias que o resfriado o visitar. Seu uso é para secar o suor. Principalmente do cansaço quando sobe o morro para “aliviar a tensão” e “rir sem motivo”.

Saiu do nada. Não tem nada. Seguidamente, num rio sujo, nada. E morre. Lentamente. Sem querer. Sem perceber. Sem saber.

Oscila no apreço à menina aflita pelo seu amor que ele não conhece. Não sente. Desconhece o que é amar. Nunca viu nem de longe o mar.

O dinheiro é escasso. Prefere andar descalço. Já se habituou. Algumas vezes, a cela, escura e úmida, habitou. Até gostou. Lá se alimentou.