16 de janeiro de 2019

‘SÓLO UNA IMPRESIÓN COLATERAL’

Passavam das 03h30 quando a insônia lhe visitou. Saiu da cama. Ao invés de água tomou goles de solidão. 

Foi até o jardim. Reparou uma flor. Achou bonita. Segundos depois ponderou: “o que é belo aos olhos pode ser prejudicial à alma”.

Começou a pensar sobre situações de sua vida. Posso desistir, como insistir. 

Lembrou do dia anterior. Recordou que conversou com várias pessoas - coisa rara -, mas o sentimento era que esteve abandonado.

Imaginou o vulto de uma mulher (paixão da adolescência). Hoje está separada. E mais linda. Fingiu que ela sabia que nunca a esqueceu.

Simulou ela declarando que ele sempre foi seu grande amor. Sentiu um certo prazer ao mentir a si mesmo.

No apogeu de sua ilusão cogitou em se declarar a ela. Neste momento, a solidão entrou em cena. E venceu a disputa.