12 de janeiro de 2019

NÃO SEI COMO CONSEGUI CONTER O RISO

Sei que todos acham estranho. Mas a minha melhor terapia é viajar sozinho. Principalmente distâncias curtas (pouco mais pouco menos de 700km ida e volta).

Sair a hora que quiser, ouvir o som que quiser, parar onde e quando quiser e até – já aconteceu – mudar o destino no trajeto. Sempre só.

Geralmente paro em algum lugar. Numa que fiz recentemente estacionei o carro à beira da rodovia, num local alto, numa entrada de estrada de interior.
Saí, peguei um energético e fiquei apreciando a bela vista, além do vento fresco.

Totalmente distraído, me assustei quando, repentinamente, dois homens encorpados saíram do mato. Cada um com um facão.

Pensei: podem roubar meu carro, dinheiro e até a roupa que visto, mas não quero morrer. Ainda mais de facão.

Há uma enorme diferença numa manchete que diz: ‘jornalista e acadêmico de Direito é assassinado a "faconadas" com ‘jornalista e acadêmico de Direito é assassinato com arma de uso restrito das Forças Armadas’. A segunda dá muito mais moral. A primeira é ralé.  

Cumprimentaram-me. Expliquei que tinha parado para beber um energético. Um deles, então, indagou: “O senhor não viu, por acaso, uma Ranger branca?" Respondi que não.

Ele disse que estavam procurando, pois o referido veículo tinha sido furtado. Ficamos conversando.

Aí eu perguntei ao outro se a camionete tinha seguro. Ele ficou confuso e respondeu: “Não sei. Mas se tinha roubaram junto”, kkkkkkk.

Na hora consegui me conter, mas depois ri muito. Sei que isso não é legal, mas não deu para me segurar. 

No dia seguinte, acessando sites de notícias daquela cidade, soube que encontraram o veículo. Estava abandonado.