Obesidade, sedentarismo, tabagismo, consumo excessivo de álcool e dieta
rica em carne vermelha e processada são os principais fatores modificáveis que
contribuem para o câncer de intestino. A doença atinge, de acordo com as
estimativas do Instituto Nacional do Câncer (Inca) para 2016/2017, 34.280
pessoas. O número de mortes é alto, 15.415, ou seja, 44% dos atingidos. Por
isso, a Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP) realiza neste mês a campanha
Setembro Verde, de conscientização sobre a importância da prevenção à doença.
Ao contrário de outros tipos de câncer que são diagnosticados
já como doença, o de intestino possui um aspecto diferenciado,
podendo ser prevenido antes mesmo de se tornar um problema maior na vida das
pessoas. Segundo o membro da Sociedade Brasileira de Coloproctologia e
especialista em endoscopia, Marcos Pelegrini,
o câncer de intestino é considerado,
dependendo do sexo (masculino, feminino), o segundo ou até
terceiro câncer mais comum. No caso das mulheres, ele perde apenas
para o câncer de mama, e para o homem, está em escala inferior ao
câncer de pulmão e de próstata.
Pelegrini ressalta que em outros casos de câncer, o diagnóstico é
feito normalmente quando a pessoa já está com os sintomas da doença avançados,
ao contrário do câncer de intestino, onde a prevenção é
determinante. “Ao analisarmos por meio de um exame específico, que as pessoas
podem fazer a partir dos 40 anos de idade, conseguimos identificar se existem lesões
denominadas de pólipos e se essas vão desenvolver algum tipo de tumor. Com base
nisso, conseguimos trabalhar a prevenção no paciente”, esclarece.
Entre os fatores não modificáveis para a doença estão idade acima de 50
anos e histórico de pólipos e câncer colorretal (pessoal ou familiar), diabetes
tipo 2 e doenças inflamatórias intestinais (colite ulcerativa e doença de
Crohn). Geralmente o câncer do intestino origina-se de um pólipo, mas essa
pequena verruga na mucosa do intestino leva, em média, 10 a 15 anos para se
tornar maligna.
O exame segundo o especialista, denominado colonoscopia, permite a
visualização do interior do intestino por meio de uma mini
câmera que ao ser introduzida, transmite imagens, que ao serem analisadas pelo
médico especialista, vão identificar ou não a presença de algum tipo de lesão.
Conforme Pelegrini, a Clínica Pelegrini, possui equipamentos de alta definição
com tecnologia digital onde as pessoas podem buscar ajuda para
realização do exame e principalmente, efetuar a prevenção.
Ele enfatiza ainda que as pessoas ao detectarem algum tipo de sintoma
como desconforto, dor, anemia, perda de peso, é necessário procurar ajuda
médica para identificar o problema. “Mais de 80% das pessoas possuem chances de
cura quando fazem a prevenção. Então é muito importante que as pessoas busquem
o médico, façam o exame a cada cinco ou 10 anos, ou ainda, quando houver a
presença de lesões, realizem o exame a cada ano para evitar a evolução ou
retomada da doença”, finaliza.
Marcos Pelegrini é membro da Sociedade Brasileira da Coloproctologia e especialista em endoscopia *Foto e texto: Agência Pólo. |