21 de setembro de 2017

ARMADILHA

Só o fato de ela ler as bobagens que escrevo já me deixa envaidado, convencido, feliz e até mais idiota do que sou. A bela menina me encanta. Sua beleza, polidez, delicadeza mexem comigo. Acrescento, também, a inteligência e meiguice que me remetem a um tempo que convivia e ficava com garotas da idade e do jeito quase igual ao dela, pois ela é única.

E, ao lembrar sua sutileza, esqueço que há tempos já decidi que não quero relacionamento sério, nem casar e, muito menos, constituir família. Da minha opção de ser um ‘ermitão’.  

Tenho idade para ser seu tio. Ou, ao menos, um irmão mais velho. Confesso que, mesmo assim, por mais que relute, pensar nela se tornou rotina. E minha intuição – ou fantasia – faz acreditar que a encantadora jovem também nutre algo por mim. 

Detesto frases feitas e surradas. Confidencio, no entanto, que uma menina me fez concordar que ‘no coração a gente não manda’. 

Que seja passageiro. Só que quanto mais tento me esconder, mais ela floresce em minha memória.


E quando a velha companheira insônia permite que feche os olhos, não raras vezes, é com ela que sonho.