Só o fato de ela ler as bobagens que escrevo já me deixa envaidado,
convencido, feliz e até mais idiota do que sou. A bela menina me encanta.
Sua beleza, polidez, delicadeza mexem comigo. Acrescento, também, a
inteligência e meiguice que me remetem a um tempo que convivia e
ficava com garotas da idade e do jeito quase igual ao dela, pois ela é única.
E, ao lembrar sua sutileza, esqueço que há tempos já decidi que
não quero relacionamento sério, nem casar e, muito menos, constituir família. Da
minha opção de ser um ‘ermitão’.
Tenho idade para ser seu tio. Ou, ao menos, um irmão mais velho. Confesso
que, mesmo assim, por mais que relute, pensar nela se tornou rotina. E minha
intuição – ou fantasia – faz acreditar que a encantadora jovem também nutre
algo por mim.
Detesto frases feitas e surradas. Confidencio, no entanto, que uma
menina me fez concordar que ‘no coração a gente não manda’.
Que seja passageiro. Só que quanto mais tento me esconder, mais ela
floresce em minha memória.
E quando a velha companheira insônia permite que feche os olhos, não
raras vezes, é com ela que sonho.