16 de março de 2017

EL PUMA: “LA PASIÓN QUE HACE QUE EL HOMBRE PIERDA SU PESO Y SU PAZ”

Sei que não posso exigir que seja a minha a primeira boca a beijar ao despertar. Aliás, apenas uma vez acordamos juntos. Sequer posso lhe enviar um ramalhete de flores.

Até podemos almoçar no mesmo restaurante, mas não acompanhados. No máximo, um discreto oi. É ele que a seu lado está nos jantares, às vezes com cardápios requintados. É o mesmo homem que controla sua vida.

Mas nas brigas – ou seriam breves abandonos? – é a mim que você procura. E se entrega totalmente. Sou eu que ouço seus desabafos e enxugo suas lágrimas. Que lhe possuo do jeito que quero.  Momentos que fazem me sentir dominador. Sou seu dono. Você me pertence. Pelo menos até a sutil carícia da despedida.

O final de mais um encontro ardente faz com que se inicie a angústia de não se saber quando o repetiremos.  Se finda o poderio. O tudo vira nada.

E, às vezes, imagino que não sou o único, mas, sim, um dos outros. Não. Não seria tão leviana. 

Rechaço a ideia que se separe. A possibilidade sequer foi cogitada nem quando ambos sussurram ou gritam no apogeu do prazer. Mas a paixão fervente já está incutida. Entrou de forma sorrateira. Caí na armadilha imperceptível e atroz que faz doer o peito e torna o coração um escravo.

A fome desapareceu. O sono também. A cada manhã o espelho mostra um homem mais magro, de rosto surrado, preocupado, fraco, abatido. “Impossível, talvez seja, viver apenas com o corpo sem a alma”. 

E nas festas que frequento observo tantas mulheres lindas e desimpedidas, mas quando ensaio conversar com alguma minha mente é invadida pelo seu olhar. Você afirma que seu penamento não consegue se desvincilhar de mim quando está num encontro social. Quem sabe seja verdade. 

Mas a questão é a seguinte: por que não concorda em terminar tudo? Além de não aceitar, sua reação, quando toco no assunto, demonstra que também sofre com uma situação que nunca poderia ter chego nesse estágio. Na verdade, nem deveria ter iniciado. Brincamos com o fogo e estamos nos queimando cada vez mais.

Por fim, um conselho aos leitores de minhas mal traçadas linhas: "no se involucre con mujer casada".