6 de fevereiro de 2017

FALTOU DIZER

Quando o ministro Fachin, por quem tenho o maior respeito, foi indicado para o STF, seu ingresso na Corte dependeu da mudança de um ministro da Primeira, para Segunda Turma, porque se aludia que o recém indicado não poderia atuar na Lava-Jato.

É bom refrescar a memória, e lembrar que a indicação demorou mais do que uma gestação humana e a sabatina mais do que qualquer masoquista seria capaz de suportar.

Agora, com a vaga havida no Supremo, os mesmos que cacetearam a nomeação de Fachin, aplaudem sua mudança de Turma, e torcem para que ele seja o sorteado para relatar a Operação.

O “vilão” virou “herói”, e perdemos apenas a coerência. De tudo, duas coisas se extraem: há excesso de desconfiança quanto ao STF, e o STF ajuda a cumprir a profecia, pois joga o jogo dos desconfiados.


*(escrito no dia 1º de fevereiro)