Parece que a prisão, na semana passada,
em São Miguel, de quatro pessoas acusadas de tráfico de drogas - mais
precisamente ecstasy e ‘doce’ - estragou a pretensão de muitos usuários que,
nas festas de final de ano, planejavam usar e abusar dos entorpecentes. Os nomes
dos supostos traficantes não foram revelados.
Lembro que no Carnaval deste ano, quando
abordei a situação, por meio de um comentário postado no blog e compartilhado
no Facebook, que gerou grande polêmica, fui mais do que apedrejado. Recordo que, mesmo assim, encarei as duas
noites restantes de Carnaval. Sozinho. Nada me aconteceu. Apenas muitos
conhecidos e até ‘amigos’ e ‘amigas’ sequer me cumprimentaram. Mas foi até bom.
É que me desvencilhei de amizades que em nada me acrescentavam. Além disso, ser
amigo de gente dependente de drogas não é muito legal.
Saliento, no entanto, que a diretoria do
bloco, que nada tinha a ver com o caso, teve uma postura digna de elogios.
Todos sempre foram bacanas comigo. E isso se estende ao proprietário do local
onde era o QG.
Fiquei chateado pelas pessoas que tinham
obrigação de ficar ao meu lado, porém desaprovaram minha ação. Pelo menos que
ficassem neutras. Mas, analisando
melhor, tais atitudes são compreensíveis. É que muita gente diz isso e aquilo e
na hora H se acovarda. Só que alguns se superam.
A polêmica continuou nos dias
posteriores. Igualmente abordei a questão na coluna que assino no Jornal
Imagem. Tenho consciência que, além de inimizades, nada ganhei com minha
conduta. Mesmo assim não me arrependo. Jamais. Meu arrependimento foi não ter polemizado ainda mais uma situação escancarada e que já vitimou muitos jovens. Vários se internaram em clínicas de reabilitação mais de uma vez. E se
minha ação livrou apenas um jovem de experimentar a droga dou-me por satisfeito. A dependência começa com um (a) amigo (a) oferecendo esta porcaria para outro (a) que, na onda de 'só experimentar' torna-se usuário (a). Principalmente jovens - eles e elas - tímidos e inseguros.
Também ninguém me elogiou ou agradeceu.
Tranquilo. Minha atitude jamais teve esse objetivo. Não é minha profissão principal, mas em mais de 16 anos exercendo a função de colunista
sempre fugi da veneração. Apenas cumpri com o dever social do jornalista. Ainda mais na condição de opinativo. Ou seja: nada fiz além da obrigação.
Poderia, é claro, ‘fechar os olhos’, mas aí a consciência entraria em cena. E a
minha é extramente rigorosa.
E não foi apenas neste caso. Ao longo do ano teve
outros como, por exemplo, quando divulguei o nome de conhecido médico que foi condenado,
em primeira instância, por suposta cobrança irregular de uma consulta. Outro episódio
foi ter publicado o, até então, ‘caso abafado’ do também bem conhecido professor de Educação
Física que foi exonerado do cargo pela Secretaria Estadual de Educação por, supostamente,
aliciar alunas menores de idade.
Quanto as minhas opiniões – sobretudo as
contundentes – sempre as fundamentei. Nunca teve nada de ‘achismos’. Mesmo assim
a ‘bateção de lata’ foi grande. De minha parte, nada a reclamar. Todas as
profissões têm seus bônus e ônus. Umas mais, outras menos – e em situações
diferentes. Deixo claro que, quando se trata de pontos de vista, cada um tem o
seu. Portanto, a discordância é normal. Ainda bem. Já imaginou como seria
monótono se todos pensassem da mesma maneira?
Quem sabe, para não escrever com
certeza, estaria melhor financeiramente e teria uma vida bem mais sociável se
minha postura fosse contrária aos meus princípios. Mas não é. Nunca foi. Jamais será.
Se depois de me formar na minha segunda
graduação (Direito) – e não falta muito para isso acontecer – e,
posteriormente, conseguir ser aprovado nos dificílimos exames da OAB, talvez abandone
o Jornalismo. Enquanto isso, entretanto, minha conduta seguirá a mesma. E ponto
final.