Fidel Castro deu ao mundo, no século XX, a esperança real de que alcançar a igualdade era possível. Sua Cuba não era, como seus vizinhos da América Central, um lugar em que poucos desfrutavam dos benefícios, enquanto outros lhes serviam o café ou lhes limpavam a casa.
Resistiu, ademais, como ninguém, à força expansionista dos EUA, e fez com que, em seu povo, cada homem fosse, também, um soldado.
Fidel, conduto, talvez não tenha compreendido o curso da história; talvez tenha lido mal a nova juventude que surgia; talvez tenha ficado deslocado em nosso 'complexo Lebenswelt'.
Sua morte é de se lamentar, porque já há poucos líderes que sejam capazes de lutar por qualquer ideal. Em lutas, às vezes, há sangue, e em momentos de embate radical é um critério moral escolher quem há de derramá-lo.
Numa atualidade em que todos se pretendem juízes de todos, é de se ter cautela para não condenar Fidel a despeito de seu contexto. O Comandante perdeu a única batalha que ninguém é capaz de vencer.