Jovens morrem e deixam pais vivos por
fora, porém mortos por dentro. Mortes de
pais que traumatizam os filhos.
Mortes pela avançada idade. Pior são as
repentinas e prematuras. Às vezes as duas se unem.
Idosos que vivem a duras penas, com a
morte rondando-lhes, e antes de ‘o sono eterno chegar’ convivem com muita dor
física e emocional. Eles sofrem. Os familiares mais ainda.
Sim, eu sei, a vida continua depois das
‘partidas’. Mas, mesmo assim, não poderia ser diferente? A morte é impiedosa,
pois é responsável por dores dilacerantes. Muitas duram até a morte.
Também sou sabedor que antidepressivos e
terapias auxiliam. Mas a cicatriz fica. E essa nem o melhor cirurgião-plástico
consegue resilir. Óbvio. O ferimento está na alma e não no corpo.
Não, não me esqueci do tempo. Dizem que
é o melhor remédio, mas todo medicamente tem efeito colateral.
É isso aí. Nada mais há dizer a não ser
tentar, de todas as formas, afastar lembranças de mortes - recentes e antigas -
responsáveis por, repentinamente, fazer os olhos lacrimejarem sem que se perceba.
https://www.youtube.com/watch?v=nZJQOtpk9e0