29 de setembro de 2016

CONFIDÊNCIAS (de um ex-locutor)

Faz tempo que sou mais louco do que normal. Admito. Mas nunca cometi atos ilícitos. E mais: assumo que sou um “parcialmente insano”. Já outros...  

Uma de minhas “anormalidades” se manifesta quando vou a uma festa em outra cidade. Durante o trajeto falo comigo mesmo - ouvindo meus sons preferidos  - e costumo "brincar de locutor".

Para quem não sabe, iniciei minha vida em meios de comunicação no rádio. Inicialmente como sonoplasta. Em 1990, aos 17 anos de idade, fui promovido a comunicador da Top 104 FM onde trabalhei até o final de 1995.

Lembro que quando era repórter da RBS TV/Chapecó, sempre que sobrava um tempinho, ia ao estúdio da Atlântida FM. Depois de minha passagem pela televisão – incluindo, ainda, o SBT/Chapecó – voltei a atuar no rádio, mas na área de Jornalismo. Teve, ainda, o programa - até hoje lembrado - ‘A Hora do Canalha’ com a divulgação de notícias policiais - e outros casos - em forma de sátira.

Em 2001 abandonei a locução e, durante oito anos, fui o responsável pela Assessoria de Imprensa da Câmara de Vereadores de São Miguel. Um ano antes, em 2000, comecei a minha vida de colunista.

Em 2009 me formei em Jornalismo e, atualmente, em relação ao rádio, apenas produzo e apresento o programa noticioso da Cooperoeste. Depois que ingressei no curso de Direito a aptidão pela leitura e escrita evoluiu.

Confesso, porém, que, no fundo, a locução ainda mexe comigo. E tenho certeza que isso ocorre com todos ex-locutores. É algo que fica impregnado.

Mesmo que fascinante, foge de minhas pretensões novamente exercer a profissão. Até por que os tempos são outros e estou completamente “enferrujado”. Mas isso não me impede de, como comentei, “fingir para mim mesmo que sou um radialista” quando, sempre sozinho, no carro, me desloco a outros lugares.


E, às vezes, o entusiasmo é grande. Certa vez, inclusive, a empolgação foi tanta que me distraí e o automóvel saiu da rodovia.   Por sorte nada de grave aconteceu. Apenas um amaçado no para-choque, além da “rádio” ficar fora do ar por alguns minutos.