Faz tempo que sou mais louco do que
normal. Admito. Mas nunca cometi atos ilícitos. E mais: assumo que sou um
“parcialmente insano”. Já outros...
Uma de minhas “anormalidades” se manifesta quando
vou a uma festa em outra cidade. Durante o trajeto falo comigo mesmo -
ouvindo meus sons preferidos - e costumo "brincar de locutor".
Para quem não sabe, iniciei minha vida
em meios de comunicação no rádio. Inicialmente como sonoplasta. Em 1990, aos 17
anos de idade, fui promovido a comunicador da Top 104 FM onde trabalhei até o final
de 1995.
Lembro que quando era repórter da RBS
TV/Chapecó, sempre que sobrava um tempinho, ia ao estúdio da Atlântida FM. Depois
de minha passagem pela televisão – incluindo, ainda, o SBT/Chapecó – voltei a
atuar no rádio, mas na área de Jornalismo. Teve, ainda, o programa - até hoje
lembrado - ‘A Hora do Canalha’ com a divulgação de notícias policiais - e outros
casos - em forma de sátira.
Em 2001 abandonei a locução e, durante oito anos, fui o responsável pela Assessoria de Imprensa
da Câmara de Vereadores de São Miguel. Um ano antes, em 2000, comecei a minha
vida de colunista.
Em 2009 me formei em Jornalismo e, atualmente,
em relação ao rádio, apenas produzo e apresento o programa noticioso da
Cooperoeste. Depois que ingressei no curso de Direito a aptidão pela leitura e
escrita evoluiu.
Confesso, porém, que, no fundo, a
locução ainda mexe comigo. E tenho certeza que isso ocorre com todos
ex-locutores. É algo que fica impregnado.
Mesmo que fascinante, foge de minhas pretensões
novamente exercer a profissão. Até por que os tempos são outros e estou
completamente “enferrujado”. Mas isso não me impede de, como comentei, “fingir
para mim mesmo que sou um radialista” quando, sempre sozinho, no carro, me
desloco a outros lugares.
E, às vezes, o entusiasmo é grande.
Certa vez, inclusive, a empolgação foi tanta que me distraí e o automóvel saiu
da rodovia. Por sorte nada de grave
aconteceu. Apenas um amaçado no para-choque, além da “rádio” ficar fora do ar
por alguns minutos.