Ele, com sua
ansiedade crônica, não sabia nem onde estava. A angústia aumentava por estar
parado. Aguardava a companheira que julga que compras preenchem o vazio
existencial.
Perto dele,
uma escultural jovem, abraçada na amiga, chorava. Impossível não ouvir que
lamentava o fim do namoro.
Para disfarçar,
olhou ao lado e observou um homem e sua saliente barriga. Com um extrato
bancário em uma das mãos, esbravejava ao celular.
No trânsito, o
motorista irritado xingou outro que
retrucou no mesmo tom.
Perto dali,
um gari, cantarolando, limpava a rua. Estava alegre. De todos ao redor, era o
único a sorrir.