Que saudades dos últimos anos da década de
80 e dos primeiros da de 90, em São Miguel. Das festas de 15 anos onde sequer se
comentava sobre música sertaneja. Funk nem se sabia o que era.
De flertar com garotas. E acreditem: era
mais prazeroso quando era difícil. Valorizava-se a conquista. Elas eram
comportadas e raramente extrapolavam no consumo de bebidas alcoólicas. Os
jovens se portavam adequadamente. Drogas sintéticas não existiam. Outras nem se
cogitava. As moças dançavam sem copos na mão e sem exibição, sob os olhares
atentos dos rapazes.
Os Bailes de Debutantes no Clube
Comercial. Noites glamorosas. Jovens e adultos festejavam num clima de total
diversão. Sem desentendimentos. Sem
intrigas. Sem baixarias.
Recordo, ainda, os carnavais. A festa
começava nos Qgs. Depois os integrantes de todos os blocos seguiam ao
Comercial. O respeito imperava. A alegria era soberana.
Como era bacana frequentar a Garden Club
nas tardes de verão. Confidencio que – a exemplo de outros – mirava as beldades,
com seus biquínis, que estavam na piscina ou se bronzeando. Mas com a máxima
discrição. Os comentários sobre elas entre os moços eram respeitosos. Sem malícia. E nas
trocas de olhares, quando correspondido, enrubescido ficava meu rosto. Era uma
mistura de timidez e felicidade. Depois, em casa, deixava a imaginação fluir...
Os namoricos. Confesso: era bom romper,
geralmente por ciúmes, para depois reconciliar. Quando a paixão findava
definitivamente, uma das partes até podia sofrer por um tempo, mas aceitava a
decisão. Não existia rancor.
Também não esqueço os tempos quando era
locutor da Top 104 FM – dos 17 aos 23 anos de idade. A internet estava distante. Os discos vinis
prevaleciam. Dos tempos que eu era repórter da RBSTV/Chapecó, sucursal de São Miguel.
A primeira formação do Interact. Dos e das colegas, das reuniões semanais, das promoções e, principalmente, dos congressos. ‘O de Indaial, em maio de 1992, foi o melhor’.
Quem vivenciou essa época e ainda é
solteiro - ou separado - hoje, provavelmente, se sente deslocado ao frequentar baladas
que, naquele tempo, era sinônimo de músicas internacionais românticas.