14 de agosto de 2016

BONS TEMPOS

Que saudades dos últimos anos da década de 80 e dos primeiros da de 90, em São Miguel. Das festas de 15 anos onde sequer se comentava sobre música sertaneja. Funk nem se sabia o que era.

De flertar com garotas. E acreditem: era mais prazeroso quando era difícil. Valorizava-se a conquista. Elas eram comportadas e raramente extrapolavam no consumo de bebidas alcoólicas. Os jovens se portavam adequadamente. Drogas sintéticas não existiam. Outras nem se cogitava. As moças dançavam sem copos na mão e sem exibição, sob os olhares atentos dos rapazes.

Os Bailes de Debutantes no Clube Comercial. Noites glamorosas. Jovens e adultos festejavam num clima de total diversão. Sem desentendimentos.  Sem intrigas. Sem baixarias.

Recordo, ainda, os carnavais. A festa começava nos Qgs. Depois os integrantes de todos os blocos seguiam ao Comercial. O respeito imperava. A alegria era soberana.

Como era bacana frequentar a Garden Club nas tardes de verão. Confidencio que – a exemplo de outros – mirava as beldades, com seus biquínis, que estavam na piscina ou se bronzeando. Mas com a máxima discrição. Os comentários sobre elas entre os moços eram respeitosos. Sem malícia. E nas trocas de olhares, quando correspondido, enrubescido ficava meu rosto. Era uma mistura de timidez e felicidade. Depois, em casa, deixava a imaginação fluir...

Os namoricos. Confesso: era bom romper, geralmente por ciúmes, para depois reconciliar. Quando a paixão findava definitivamente, uma das partes até podia sofrer por um tempo, mas aceitava a decisão. Não existia rancor.

Também não esqueço os tempos quando era locutor da Top 104 FM – dos 17 aos 23 anos de idade.  A internet estava distante. Os discos vinis prevaleciam. Dos tempos que eu era repórter da RBSTV/Chapecó, sucursal de São Miguel. 

A primeira formação do Interact.  Dos e das colegas, das reuniões semanais, das promoções e, principalmente, dos congressos. ‘O de Indaial, em maio de 1992, foi o melhor’.

Quem vivenciou essa época e ainda é solteiro - ou separado - hoje, provavelmente, se sente deslocado ao frequentar baladas que, naquele tempo, era sinônimo de músicas internacionais românticas.