Não é por ser ladrão que tenho ojeriza a Fernando Collor. Afinal, estamos no Brasil. Aqui, desde os tempos da Terra de Santa Cruz, política e ladroagem se equivalem. Minha aversão a esse playboy de araque se deve a ele ser chegado a despachos.
A última aconteceu recentemente. Foi quando a Polícia Federal - nos trabalhos investigatórios da Operação Lava Jato - descobriu na Casa da Dinda (moradia do nobre senador) um despacho contra o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e Fábio George, considerado o homem-forte de Janot no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). A informação é do colunista Lauro Jardim, do Jornal O Globo. O ilustre político utilizou até folha com o timbre do Senado.
É bom lembrar que quando o pilantra foi eleito presidente da republiqueta de bananas, em 1989, além do 'empurrãozinho' da Rede Globo (leia Notícias do Planalto, de Mário Sergio Conti), ele também apelou a esse prática perversa. Fez o mesmo em 1992 para livrar-se do impeachment, porém não deu muito certo.