A última
virada de ano que passei em São Miguel foi à de 2004/2005. Ano passado foi em
Carazinho. No anterior em Ijuí. Teve, ainda, Passo Fundo, Erechim, Chapecó,
Porto Alegre e outras cidades como a pacata, porém aconchegante, Erval Grande
(mas aí é outra ‘história’).
É óbvio que
sempre chego com antecedência. É impressionante que cada povo – mesmo os
municípios sendo próximos – tem sua forma de comemorar o réveillon. Isso me
fascina. É por isso que gosto de viajar. Passar finais de semana em outros lugares.
Sozinho. Sempre. Conversar com pessoas diferentes. Flertar com mulheres
atraentes (e, às vezes, ir um ‘pouco além’). Mas nada de ‘compromisso’.
Mas resolvi
fazer um teste. Saí, em São Miguel, entre maio e junho, depois de muito tempo,
sete sábados consecutivos (na verdade em um fui a Guaraciaba). Também dei uma
volta numa quinta-feira à noite (feriado de Corpus Christi).
Conferi
baladas de som eletrônico, rock e sertanejo. Todas bacanas. Revi conhecidos.
Conversei com amigos. Tudo muito agradável. Mas faltou aquela “sensação” que
não sei definir. É uma mistura de curiosidade com aventura. Só consigo senti-la
em outras cidades. E quanto mais desconhecida, melhor. Estranho para alguns.
Loucura a outros. A mim, porém, prazerosa.
Dizem que
isso é próprio de jornalistas. Não sei. Até por que estou muito mais para
acadêmico de Direito do que para graduado em Jornalismo.
Depois de me
tornar um bacharel em Direito e ser aprovado nas duas fases do exame da Ordem
dos Advogados do Brasil (OAB) e, posteriormente, me inscrever na OAB – e pagar suas mensalidades – para exercer a advocacia, me darei o luxo de cursar Filosofia.
Por capricho. Mas tudo sem pressa. E mantendo minha conduta.
Até agora
nada de grave me aconteceu. Sequer um pneu furou. Conheci muitas pessoas (sem
antes saber de suas índoles ou posturas). Esta é outra peculiaridade que me
persegue desde a tenra idade: arriscar. É evidente que sou adulto o suficiente
para, ao menos, perceber o estilo de quem me aproximo e de quem quer se
achegar.
Já tive que
sair pela “tangente”. Por outro lado, já fiquei conversando cinco horas a fio
com uma recém-conhecida. Também tive que mudar o caminho de volta para casa.
Não por vontade. Por imprevistos que na hora me irritaram. Depois, ao
lembrá-los, é difícil conter o riso. Principalmente dos que ouvem.
Imagino que
essa seja a minha atração pela solidão que, no meu entender, é sinônimo de
liberdade. A vida me ensinou que jamais devemos dizer nunca, mas casamento e
filhos não estão nos meus planos. Na verdade acho que jamais estiveram.
Inseguro?
Talvez. Egoísta? Quem sabe. Indiferente? Pode ser. Quanto ao futuro? Este a
Deus pertence. E, ademais, a cada ano investem mais no aprimoramento dos
asilos. E dos “manicômios” também, ahahahahah. “Ando só, pois só eu sei por onde ir, por onde andei. Ando só nem sei
por que...” (Humberto Gessinger).