Acordou
de um sono ininterrupto de oito horas e 12 minutos. Seu perfeccionismo é preciso ao contrário de suas atitudes (imprevisíveis).
Falou
consigo mesmo.
Analisou
e, novamente, teve certeza que sua conduta é a mais adequada (ao menos para
ele).
Sorriu.
Sossegadamente entrou no carro.
Celebrou
a "liberação da serotonina" - em doses homeopáticas -.
Impertinentes,
concluiu, ao passar por um bando de ignorantes.
Novamente,
quando chegou ao destino, não conversou com ninguém.
Ampliou
a vontade de ficar só.
Não se
importou com comentários a seu respeito.
Tratou -
como sempre - todos com indiferença.
Estúpidos,
pensou, ao lembrar várzeanos que querem ser ingleses.
Simulou ofensas, ordens e omissões.
Outorgou,
no ápice de sua fantasia, o fim dos transtornos.
Liberou
seus pensamentos.
Incultos, resmungou, ao ver sua imagem no espelho. Não passamos de caipiras do
Terceiro Mundo.
Danoso.
Impunidade. Roubam-nos e nós aplaudimos. Pior: idolatramos quem nos ludibria.
Anseios.
Delírios retidos. Promessas não
cumpridas.
O homem
só conhece o sentimento e a realidade da felicidade. Mesmo que "dissimulada".