Felizes são os
antipáticos (solitários, independentes e indiferentes). Sem esposa. Sem filhos.
Sem quase nenhuma amizade. Sem necessidade de dar explicação. Sem ter de aturar
‘malas’. Sem precisar agradar. Sem obrigação de cumprimentar babacas. Sem hora
para sair ou voltar. Sem compromisso. Sem necessitar fazer o que não está
disposto. Sem se apegar. Sem ter que se desapegar. Sem se preocupar. Sem
competir. Sem se mostrar. Sem se apressar. Sem ambição. Sem devoção. Sem entrar
em bola dividida (e muito menos na ‘partida’). Sem medo. Sem segredos. Sem
holofotes. Sem rir. Sem chorar. Sem euforia. Sem tristeza. Sem ter que apelar.
E quando a velhice bater à porta? Há anciões que têm inúmeros filhos, netos e até bisnetos e estão jogados “às traças”. Sem nada a fazer. Sem sequer alguém para ouvir seus lamentos. Sem ajuda. Sem explicação!
Contemplo os que
transformam a solidão em felicidade.