31 de outubro de 2014

ADMIRO-OS

Felizes são os antipáticos (solitários, independentes e indiferentes). Sem esposa. Sem filhos. Sem quase nenhuma amizade. Sem necessidade de dar explicação. Sem ter de aturar ‘malas’. Sem precisar agradar. Sem obrigação de cumprimentar babacas. Sem hora para sair ou voltar. Sem compromisso. Sem necessitar fazer o que não está disposto. Sem se apegar. Sem ter que se desapegar. Sem se preocupar. Sem competir. Sem se mostrar. Sem se apressar. Sem ambição. Sem devoção. Sem entrar em bola dividida (e muito menos na ‘partida’). Sem medo. Sem segredos. Sem holofotes. Sem rir. Sem chorar. Sem euforia. Sem tristeza. Sem ter que apelar.       

E quando a velhice bater à porta? Há anciões que têm inúmeros filhos, netos e até bisnetos e estão jogados “às traças”. Sem nada a fazer. Sem sequer alguém para ouvir seus lamentos. Sem ajuda. Sem explicação! 


Contemplo os que transformam a solidão em felicidade.