Não sinto fome. Sede? Nem de vingança
que, até pouco, era o que mantinha acesa a esperança de, em minhas andanças,
ganhar alguma herança e, com ela, comprar uma ‘pílula mágica’ que me faça
sentir como era quando criança: alegre e sonhador, bem diferente deste homem
sofredor. Inclusive, volte e meia, quando a angústia me rodeia - e a ‘dor’ me
arrebenta - me questiono “se a vida começa ou acaba aos quarenta”.