8 de setembro de 2013

E PRA FECHAR MAIS UM FINAL DE SEMANA...

*Quando parece não haver um jeito novo ou diferente. Um jeito novo ou diferente de não ser igual aos chatos que você conhece. Quando aparece na TV um político metido num óculos de míope falando sobre a fome e a miséria, discorrendo e descrevendo ser dar uma solução. Quando você chora de angústia e de dor pelo que corre solto e sem vergonha. Pelo jogo preparado, pelo xadrez padronizado. Ou quando o seu sonho se desfaz em desesperança. Feito o presidiário morto sem saber. Morto sem saber na multidão de uma cela superlotada. Por que você não escreve pra coluna do Tio José? Ele responde tudo: qualquer pergunta que você fizer. Quando os padres-nossos rezados na igreja não lhe atendem o pão pedido. Não lhe atendem o pão pedido para aqueles oito filhos escravizados na favela. Quando no palácio do banquete de mil talheres há abundância e não comida, que é comida pelo caminhão do lixo dentro do negro pacote plástico de madrugada. Ou quando você vence o urubu do vestibular e rala de boteco em boteco. De boteco em boteco pedindo ao português, ao espanhol um lugar de cozinheiro. Por que você não escreve pra coluna do Tio José? Ele responde tudo: qualquer pergunta que você fizer.

*Letra de ‘Pergunte ao Tio José’ – Barão Vermelho (a composição é do Raul Seixas – que não gravou a música – e foi cedida ao Frejat pela Kika Seixas, a única ex-mulher de Raul que mantém ligação direta com as obras do ex-cantor baiano).