"São 21h30. Eu saio do metrô e sigo em direção ao Bar e Lanchonete Veloz - que tem a cara e a energia da ZN -, localizado na esquina da estação. O meu garçom favorito, o Jackson, que já sabe meu pedido de cor, está de folga hoje, e eu interrompo a minha animada conversa pelo celular com o Fabian para fazer meu pedido: ‘uma batida, por favor, com todas as frutas possíveis’. Percebo que o garçom me olha meio desconfiado, mas vira para o balcão e começa a prepará-la. Ele coloca abacaxi, morango e leite condensado no liquidificador e eu penso ‘mas gente, e o mamão, banana, maçã e abacate’? ‘E porque leite condensado’?, mas, muito concentrada no meu bate papo resolvo aceitar só aquela variedade de frutas quando ele, tão veloz como o nome do local, pega uma garrafa de vodka e vira com toda a força para o liquidificador. Mal tive tempo de gritar ‘moço, eu não quero com vodka, eu quero com leite’, e ele me olha: ‘como assim, com leite, moça? É com vodka’, e eu falo ‘com leite’ e a gente fica nessa do leite X vodka por algum tempo, até que ele olha revoltado para o caixa do bar, sem me entender, e um raciocínio - tardio, tardio - me diz que o que eu queria tomar era uma vitamina, e não uma batida. Moral da história: só o Jackson me entende nessa cidade”.
Karis: volta pra São Miguel...