23 de abril de 2013

ALUCINÓGENO


        A vontade de se libertar e o sentimento de paz o dominaram. Ao mesmo tempo, a velha angústia, companheira implacável, pedia passagem para lembrar que o sol é o responsável por muitas ‘sombras’ lesivas. Naquele instante constatou o óbvio: é impossível voltar no tempo, exceto em pensamentos.
        A ‘viagem’ começou pelo sentimento do dever não cumprido. Do medo de fazer algo desejado. Da preocupação. Mas, ao mesmo tempo, as ‘cicatrizes’ lembraram que o que importa é o que será.
         A ‘floresta’ não assusta mais. Até alivia quando os bálsamos, em forma de cápsulas, não atingem o objetivo de alcançar o inverso da ansiedade. Passou por árvores raras, animais ameaçados de extinção e pela incrível sensação da ‘quase certeza’ de que já esteve lá, em outro tempo. E o principal: de forma sublime. Abençoado por ‘bruxos do bem’ e amaldiçoado por ‘anjos do mal’. “Sempre brilhará”, pensou, lembrando Celso Blues Boy: “Por dentro eu sei que nunca senti nada além de amor em tudo que vivi”.