Finalmente prenderam, em Joinvile, o
‘maníaco da bicicleta’ que estuprou seis mulheres. Fora às que conseguiram
escapar ou que ainda não registram queixa (por vergonha). No entanto, semanas
antes, fizeram um retrato falado. Um inocente, parecido com o tarado, acabou
levando a pior. Ele não chegou a ser preso junto com outros detentos, mas
perdeu o emprego. Seu pai também foi demitido. A mãe sofreu com a discriminação.
A vida da família virou um inferno. Depois que o verdadeiro insano foi
descoberto e confessou os crimes, a vida do inocente até que voltou ao normal.
Mas quem pagará o que ele e sua família sofreram? Comentam em processar o
Estado. Tudo bem. É uma alternativa. Mas duvido que encontrem uma forma de
reparar a humilhação pelo que passaram. Tomara que isso sirva de exemplo aos ‘adeptos’
do pré-julgamento e, também, aos delegados ‘apressados’ que, no fundo, querem
‘fazer moral’ com a sociedade.
*Coluna Roger Brunetto,
27 de abril de 2002.