16 de fevereiro de 2012

NATÁLIA, INDECISÃO E NIETZSCHE

A ‘dutrana’ Natália tem razão: ‘O que mata é o talvez’. Quando recebemos um não, a dor, no momento, é mais forte, mas, com o tempo, passa. Agora, o ‘vou ver’, ‘tenho que pensar’, ‘pode ser’, ‘quem sabe’, estes destroem. Judiam. Fazem sofrer de angústia. E o pior é quando a pessoa que a profere está, sim, indecisa e não usando um subterfúgio.
Há, também, casos considerados atípicos, mas nem tanto. Exemplo: quando um homem gosta de duas mulheres e é sugado pela indecisão. A dor é ainda maior. Ele sofre. Talvez, até, mais que ambas juntas. E acreditem: preferiria não ter nenhuma a optar por uma. Refiro-me a homens e não falastrões.
E no eterno 'vai não vai' fica só. Inerte. Aí entra em ação a solidão que parece ser a melhor saída. Sim, pois, desta forma, ninguém sofreria. Mas não é bem assim. Ou, pelo menos, quando se chega à idade que se percebe que uma mulher é mais do que necessária na vida dele. Mas qual delas? E a indecisão, por incrível que pareça, é paciente. Tolera. Seus nervos são de aço. Não se preocupa. É indiferente e até debocha quando lembrada que ‘a fila anda’.
Não é à toa que indecisão é uma palavra feminina. E, para fechar, mesmo não sendo o caso específico, menciono Nietzsche: ‘Na vingança e no amor a mulher é mais bárbara do que o homem’.