2 de setembro de 2010

PROPAGANDA ELEITORAL

*Quando parece não haver um jeito novo ou diferente. Um jeito novo ou diferente de não ser igual aos chatos que você conhece.
Quando aparece na TV um político metido num óculos de míope, falando sobre a fome e a miséria, discorrendo e descrevendo sem dar uma solução. Quando você chora de angústia e de dor pelo que corre solto e sem vergonha. Pelo jogo preparado, pelo ‘xadrez padronizado’.
Ou quando o seu sonho se desfaz em desesperança, feito o presidiário morto sem saber. Morto sem saber na multidão de uma cela superlotada.
Por que você não escreve pra coluna do Tio José. Ele responde tudo. Qualquer pergunta que você quiser.
Quando no palácio no banquete de mil talheres há abundância e não comida. É comida pelo caminhão do lixo dentro do negro pacote plástico de madrugada.
Ou quando você vence o urubu do vestibular e rala de boteco em boteco pedindo ao português, ao espanhol um lugar de cozinheiro.
Por que você não escreve pra coluna do Tio José. Ele responde tudo. Qualquer pergunta que você quiser.
*A letra é de Raul Seixas, mas a música fez grande sucesso em meados dos anos 1990 com Barão Vermelho.